
Preso. Presa. Sempre no Mesmo Sítio. E Nem Se Dá Conta.
Está preso. Ou presa.
E nem se dá conta.
Acorda, faz o que tem de ser feito, respira o ar da funcionalidade e adormece a pensar que um dia vai mudar tudo.
Mas os dias passam.
Os meses passam.
Os anos passam.
E nada muda.
Porque há três forças — invisíveis, implacáveis, internas — que o(a) mantêm no mesmo sítio.
Hoje.
Amanhã.
Para sempre.
Se não fizer nada com elas.
Este artigo não é para quem quer motivação de domingo à tarde.
É para quem está cansado de repetir padrões, de viver aquém, de fingir que “não é bem assim”.
É para quem sabe que o problema não é o mundo — é o modo como tem vivido dentro dele.
Vamos ao que interessa.
Sem paninhos quentes.
1. A Identidade Que Escolheu (ou Herdou)
Quem acredita ser, determina o que ousa fazer.
O seu nome interno — aquele que ninguém ouve — tem mais poder do que qualquer plano de acção.
Enquanto continuar a ver-se como “aquela pessoa que nunca consegue”,
ou “a que não nasceu para mais”,
ou “a que não é suficiente”…
tudo em si vai trabalhar para confirmar essa narrativa.
Não são só crenças. São sentenças.
Cresceu com elas. Moldou os seus limites à medida das vozes antigas.
E enquanto se identificar com essa versão de si —
antiga, reduzida, confortável na sua limitação —
não vai haver promoção, mudança, novo ciclo, nova vida.
Porque o inconsciente protege a identidade que conhece — mesmo que ela o(a) destrua.
2. Os Pontos Cegos Que Não Quer Ver
“Não se consegue ver o que não se consegue ver.”
É duro, mas verdadeiro.
Tem comportamentos que repete há décadas — e nem sabe porquê.
Recusa-se a pedir ajuda, ou a liderar, ou a sonhar mais alto — sem perceber que isso vem de traumas não curados.
Foge do confronto, adia conversas, boicota relações — tudo porque, lá atrás, aprendeu que era mais seguro assim.
A vida interna comanda a externa. Sempre.
E os pontos cegos são o lugar onde as repetições se disfarçam de escolhas.
O perigo maior?
Achar que está a decidir… quando só está a obedecer a padrões invisíveis.
E depois, num dia qualquer, mais velho(a), mais cansado(a), pergunta-se:
E se eu tivesse ousado?
A resposta nunca vem.
Mas o arrependimento instala-se.
3. Os Hábitos Que Justificam Tudo
Os seus hábitos são a manifestação física da sua identidade.
São o corpo a repetir aquilo que a mente ainda não foi capaz de mudar.
Quer liberdade? Mas continua preso(a) ao scroll infinito.
Quer foco? Mas adia tudo com a desculpa do cansaço.
Quer reconhecimento? Mas esconde-se com medo da crítica.
A verdade?
Os seus dias revelam as suas prioridades reais.
Não as que diz, mas as que vive.
E enquanto os seus hábitos forem iguais, os seus resultados também serão.
Mudar hábitos custa. Dá trabalho. Implica dor.
Mas também traz lucro. Clareza. Satisfação.
Quem muda a rotina, muda o destino.
O Que Está Mesmo em Jogo?
Não é só a promoção.
Não é só o salário.
Não é só o “atingir objectivos”.
É a sensação de que está a viver uma vida que vale a pena.
Quando começa a ver-se com outros olhos,
quando ilumina o que sempre esteve nas sombras,
quando começa a fazer diferente — mesmo que pouco —
entra num ciclo novo.
Onde:
- há espaço para crescer sem implodir,
- há coragem para falhar sem se destruir,
- há vontade de levantar-se com propósito,
- há impacto, não só performance.
É isso que muda tudo.
Faltam 175 dias para 2025. E depois?
Vai continuar a dizer “um dia”?
Vai continuar a justificar com “não é a altura certa”?
Vai continuar a deixar passar dias, semanas, oportunidades, VIDA?
Ou vai escolher, agora, ver.
Agir.
Desbloquear.
Transformar.
Se sente que chegou a esse ponto —
o ponto de não querer mais do mesmo —
vamos trabalhar juntos.
Sem fórmulas mágicas.
Sem frases motivacionais ocas.
Com verdade, com ciência, com alma.
É aí que começa. O resto é consequência.
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