Anabela Reis

Preso. Presa. Sempre no Mesmo Sítio. E Nem Se Dá Conta.

Está preso. Ou presa.

E nem se dá conta.

Acorda, faz o que tem de ser feito, respira o ar da funcionalidade e adormece a pensar que um dia vai mudar tudo.

Mas os dias passam.

Os meses passam.

Os anos passam.

E nada muda.

Porque há três forças — invisíveis, implacáveis, internas — que o(a) mantêm no mesmo sítio.

Hoje.

Amanhã.

Para sempre.

Se não fizer nada com elas.

Este artigo não é para quem quer motivação de domingo à tarde.

É para quem está cansado de repetir padrões, de viver aquém, de fingir que “não é bem assim”.

É para quem sabe que o problema não é o mundo — é o modo como tem vivido dentro dele.

Vamos ao que interessa.

Sem paninhos quentes.


1. A Identidade Que Escolheu (ou Herdou)

Quem acredita ser, determina o que ousa fazer.

O seu nome interno — aquele que ninguém ouve — tem mais poder do que qualquer plano de acção.

Enquanto continuar a ver-se como “aquela pessoa que nunca consegue”,

ou “a que não nasceu para mais”,

ou “a que não é suficiente”…

tudo em si vai trabalhar para confirmar essa narrativa.

Não são só crenças. São sentenças.

Cresceu com elas. Moldou os seus limites à medida das vozes antigas.

E enquanto se identificar com essa versão de si —

antiga, reduzida, confortável na sua limitação —

não vai haver promoção, mudança, novo ciclo, nova vida.

Porque o inconsciente protege a identidade que conhece — mesmo que ela o(a) destrua.


2. Os Pontos Cegos Que Não Quer Ver

“Não se consegue ver o que não se consegue ver.”

É duro, mas verdadeiro.

Tem comportamentos que repete há décadas — e nem sabe porquê.

Recusa-se a pedir ajuda, ou a liderar, ou a sonhar mais alto — sem perceber que isso vem de traumas não curados.

Foge do confronto, adia conversas, boicota relações — tudo porque, lá atrás, aprendeu que era mais seguro assim.

A vida interna comanda a externa. Sempre.

E os pontos cegos são o lugar onde as repetições se disfarçam de escolhas.

O perigo maior?

Achar que está a decidir… quando só está a obedecer a padrões invisíveis.

E depois, num dia qualquer, mais velho(a), mais cansado(a), pergunta-se:

E se eu tivesse ousado?

A resposta nunca vem.

Mas o arrependimento instala-se.


3. Os Hábitos Que Justificam Tudo

Os seus hábitos são a manifestação física da sua identidade.

São o corpo a repetir aquilo que a mente ainda não foi capaz de mudar.

Quer liberdade? Mas continua preso(a) ao scroll infinito.

Quer foco? Mas adia tudo com a desculpa do cansaço.

Quer reconhecimento? Mas esconde-se com medo da crítica.

A verdade?

Os seus dias revelam as suas prioridades reais.

Não as que diz, mas as que vive.

E enquanto os seus hábitos forem iguais, os seus resultados também serão.

Mudar hábitos custa. Dá trabalho. Implica dor.

Mas também traz lucro. Clareza. Satisfação.

Quem muda a rotina, muda o destino.


O Que Está Mesmo em Jogo?

Não é só a promoção.

Não é só o salário.

Não é só o “atingir objectivos”.

É a sensação de que está a viver uma vida que vale a pena.

Quando começa a ver-se com outros olhos,

quando ilumina o que sempre esteve nas sombras,

quando começa a fazer diferente — mesmo que pouco —

entra num ciclo novo.

Onde:

  • espaço para crescer sem implodir,
  • coragem para falhar sem se destruir,
  • vontade de levantar-se com propósito,
  • impacto, não só performance.

É isso que muda tudo.


Faltam 175 dias para 2025. E depois?

Vai continuar a dizer “um dia”?

Vai continuar a justificar com “não é a altura certa”?

Vai continuar a deixar passar dias, semanas, oportunidades, VIDA?

Ou vai escolher, agora, ver.

Agir.

Desbloquear.

Transformar.

Se sente que chegou a esse ponto —

o ponto de não querer mais do mesmo —

vamos trabalhar juntos.

Sem fórmulas mágicas.

Sem frases motivacionais ocas.

Com verdade, com ciência, com alma.

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É aí que começa. O resto é consequência.

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